Este mês oficializei minha procura por emprego aqui na Suíça. Fui até o Rav uma espécie de ministério do trabalho e emprego aqui da Suíça, onde após preencher todo um cadastro passei a fazer parte.
Primeiro de tudo, é importante e tenho que dizer que emigrar não é um mar de rosas. É uma experiência difícil e exigente a vários níveis: Emocional, financeiro, familiar, etc. Exige um período de adaptação não só a um novo emprego, mas a uma nova cultura e a uma nova língua. E para piorar, não é só uma pessoa que passa por isso, é toda uma família. São raras as pessoas que emigram só porque querem, a maioria emigra por necessidade, o que já é em si stressante. E todo o resto ainda causa mais stress em toda a família.
Posto isto, é verdade que a vida aqui é melhor. Fora ser um pouco mais frio e mais chuvoso, há muitas vantagens. Ganha-se melhor, as pessoas são mais simpáticas e prestáveis, mais honestas, e as cidades funcionam muito bem. Mas por outro lado é muito difícil arranjar casa, e temos que dar 3 meses de renda adiantada (as casas rondam os 700€ por mês no mínimo, para uma espelunca). E os primeiros tempos, antes de receber o primeiro ordenado, são muito difíceis. É preciso vir com algum capital para nos aguentarmos nos primeiros meses.
Bom mas voltemos ao assunto inicial ,quanto a arranjar trabalho em si, não é fácil. Quem é da União Européia tem mais facilidades que os outros, mas mesmo assim os Suíços têm sempre prioridade. Para quem tem cursos superiores competitivos (informática, medicina, etc), é relativamente fácil, desde que se fale minimamente o francês, o alemão ou italiano, dependendo da zona. Mas para os outros é bastante difícil. A taxa de desemprego para estrangeiros que procuram empregos não qualificadas é de 10%. E isto só a contar com aqueles que estão aqui registados, fora a grande quantidade que vem cá tentar a sorte e depois volta sem nada.
Todos os dias a embaixada recebe dezenas de telefonemas de pessoas a pedir ajuda para encontrar trabalho. Ja lhes poupo o trabalho: eles não ajudam. E ainda bem, que eles têm mais que fazer do que ser agência de empregos.
Bom, sendo assim, como é que se arranja emprego? Para trabalhos qualificados, nada como mandar CVs a empresas interessantes da área, e ir tentando a sorte, ou usar sites de emprego(jobup.ch, jobs.ch, etc). Para os outros(como eu), resta-lhes o recurso a agências de emprego e agências de trabalho temporário. Agências essas que já têm uma lista enorme de gente a pedir emprego. No fim, a melhor forma é ter mesmo alguém conhecido que conheça uma empresa que precisa de pessoal.
Agora uma coisa que me deixa indignada é saber que enquanto que aqui e na europa a preferência e prioridade ao empregado é sempre dada ao que é do próprio país. (Por exemplo: se um empregador tem um currículo de um estrangeiro e um currículo de um do próprio país nas mãos, ele sempre dará a prioridade ao do próprio país a vaga que esta aberta).
Ja no Brasil eles dão sempre preferência aos estrangeiros, os postos de Trabalho estão lotados de gente desempregada e a taxa de desemprego continua subindo e são filas e filas de gente a espera de uma vaga. Daí vem um estrangeiro e pronto logo consegue sua vaga e não é vaga como faxineiro, ajudante de cozinha e atendente de mesas não é sempre lá em cima.
Por isso aqui as taxas de desemprego também acabam sendo menores, eu digo também porque é lógico que existem outros fatores que não mencionei aqui.
Mas por enquanto aqui continuo eu a procura, tentando reconhecer meu diploma brasileiro e tentando aperfeiçoar meu idioma para que assim aumentem minhas chances a um cargo.