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terça-feira, 20 de abril de 2010

Sechseläuten- Zürich

Ontem(  Feriado aqui em Zürich)  uma segunda linda de sol, a tranquilidade  e a organização que caracterizam Zurich desapareceu durante 2 dias, o motivo tem um nome: Sechseläuten!(ou Sächsilüüte em dialeto Zuriquense)

O Sechseläuten é a festa da primavera muito tradicional aqui em Zürich, que atinge o seu auge com a queima do Böögg, um boneco de neve, que representa o inverno. O nome Sechseläuten vem de "Sechs-Uhr-Läuten", o "sino das seis horas", hora  que acabava o trabalho no verão. No inverno, a jornada terminava às 17 horas por causa da escuridão.
No domingo houve um desfile de cerca de 2h30, onde desfilaram crianças trajando roupas históricas, bandas e representações das várias comunidades de emigrantes residentes em Zurich.
Na Segunda-feira, a partir das 15h, dezenas de milhares de pessoas cercaram as ruas de Zurique. Todas as mulheres andavam carregadas com cestos com centenas de rosas e outras flores! Para que será tanta flor? Lá pensei eu....
Cerca de 3.500 membros de guildas (organizações medievais de artesãos), 350 cavaleiros, 30 bandas de música e 50 carros alegóricos formaram um desfile de caracter histórico.








Este espetaculo ia sendo agradecido pelas senhoras distribuindo flores e beijos aos homens que desfilavam! Daí a catrefada de flores que as criaturas carregavam...
Às 18h00, o Böög começou a arder, e segundo uma crença popular, quanto mais rápido a cabeça do boneco (recheada de fogos de artifício) explode tanto melhor será o verão. Este ano explodiu após 12min55, o que pronuncia um verão médio.



Mas segundo consta(pelo serviço de meteorologia MeteoSuisse) , o Böögg não é um bom meteorologista....

Depois da queima do Böögg, centenas de pessoas aproveitam parte das brasas para assar salsichas ao redor da fogueira. O churrasco vai até altas horas da noite a acompanhar de muita cerveja!!!!
Quem tem filhos pequenos( que é meu caso) vem para casa cedo, e nada de churrasco! Mas mesmo sem churrasco da pra curtir bem essa festa e se integrar culturalmente das tradições suíças.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Procurando trabalho na suíça

Este mês oficializei  minha procura por emprego aqui na Suíça. Fui até o Rav uma espécie de ministério do trabalho e emprego aqui da Suíça, onde após preencher todo um cadastro passei a fazer parte.

Primeiro de tudo, é importante e tenho que  dizer que emigrar não é um mar de rosas. É uma experiência difícil e exigente a vários níveis: Emocional, financeiro, familiar, etc. Exige um período de adaptação não só a um novo emprego, mas a uma nova cultura e a uma nova língua. E para piorar, não é só uma pessoa que passa por isso, é toda uma família. São raras as pessoas que emigram só porque querem, a maioria emigra por necessidade, o que já é em si stressante. E todo o resto ainda causa mais stress em toda a família.

Posto isto, é verdade que a vida aqui é melhor. Fora ser um pouco mais frio e mais chuvoso, há muitas vantagens. Ganha-se melhor, as pessoas são mais simpáticas e prestáveis, mais honestas, e as cidades funcionam muito bem. Mas por outro lado é muito difícil arranjar casa, e temos que dar 3 meses de renda adiantada (as casas rondam os 700€ por mês no mínimo, para uma espelunca). E os primeiros tempos, antes de receber o primeiro ordenado, são muito difíceis. É preciso vir com algum capital para nos aguentarmos nos primeiros meses.

 Bom mas voltemos ao assunto inicial ,quanto a arranjar trabalho em si, não é fácil. Quem é da União Européia tem mais facilidades que os outros, mas mesmo assim os Suíços têm sempre prioridade. Para quem tem cursos superiores competitivos (informática, medicina, etc), é relativamente fácil, desde que se fale minimamente o francês, o alemão ou italiano, dependendo da zona. Mas para os outros é bastante difícil. A taxa de desemprego para estrangeiros que procuram empregos não qualificadas é de 10%. E isto só a contar com aqueles que estão aqui registados, fora a grande quantidade que vem cá tentar a sorte e depois volta sem nada.

Todos os dias a embaixada recebe dezenas de telefonemas de pessoas a pedir ajuda para encontrar trabalho. Ja lhes poupo o trabalho: eles não ajudam. E ainda bem, que eles têm mais que fazer do que ser agência de empregos.
 Bom, sendo assim, como é que se arranja emprego? Para trabalhos qualificados, nada como mandar CVs a empresas interessantes da área, e ir tentando a sorte, ou usar sites de emprego(jobup.ch, jobs.ch, etc). Para os outros(como eu), resta-lhes o recurso a agências de emprego e agências de trabalho temporário. Agências essas que já têm uma lista enorme de gente a pedir emprego. No fim, a melhor forma é ter mesmo alguém conhecido que conheça uma empresa que precisa de pessoal.

Agora uma coisa que me deixa indignada é saber que enquanto que aqui e na europa a preferência e prioridade ao empregado é sempre dada ao que é  do próprio país. (Por exemplo: se um empregador tem um currículo de um estrangeiro e um currículo de um do  próprio país nas mãos, ele sempre dará a prioridade ao do próprio país  a vaga que esta aberta).
Ja no  Brasil eles dão sempre preferência aos estrangeiros, os postos de Trabalho estão lotados de gente desempregada e a taxa de desemprego continua subindo e são filas e filas de gente a espera de uma vaga. Daí vem um estrangeiro e pronto logo consegue sua vaga e não é vaga  como faxineiro, ajudante de cozinha e atendente de mesas não é sempre lá em cima.
Por isso aqui as taxas de desemprego também acabam sendo menores, eu digo também  porque é lógico que existem outros fatores que não mencionei aqui.

Mas por enquanto aqui  continuo eu a procura, tentando reconhecer meu diploma brasileiro e  tentando aperfeiçoar meu idioma para que assim aumentem minhas chances a um cargo.